Confiança no pediatra e informações adequadas são os principais fatores que levam os pais a vacinar seus filhos
O pediatra é a principal referência dos pais e responsáveis em relação às orientações vacinais. “O especialista é a pessoa em que os pais e responsáveis mais confiam para esclarecer as dúvidas em relação ao assunto. Nesse contexto, ele deve ter um conhecimento específico nesta área e se atualizar com frequência, pois as mudanças são constantes”, afirma a Dra. Renata Maronna Praça Longhi (CRMMS 5.257), especialista em Infectologia com residência médica no Instituto de Infectologia Emílio Ribas (SP), mestre em Saúde Pública pela Fiocruz e MBA em Gestão em Saúde pela Faculdade Getúlio Vargas (FGV).
Quando o profissional demonstra conhecimento sobre o tema, ele consegue inspirar confiança e oferecer segurança aos pais e responsáveis para que imunizem adequadamente os seus filhos. Dra. Renata lembra que em toda consulta de rotina de puericultura, a carteirinha de vacinação deve ser avaliada. Além disso, o médico precisa orientar os pais e responsáveis sobre as próximas doses, sempre os incentivando a manterem o calendário vacinal de seus filhos em dia. Seguimos a conversa sobre o tema com a médica, discutindo outros aspectos importantes e possivelmente conhecidos pela maioria, mas que acabam sendo pouco debatidos em função da rotina assoberbada. Acompanhe.

O QUE DEVE SER EXPLICADO AOS PAIS E RESPONSÁVEIS NÃO SOMENTE EM RELAÇÃO AOS BENEFÍCIOS DAS VACINAS, MAS TAMBÉM AO QUE A NÃO IMUNIZAÇÃO PODE ACARRETAR PARA A CRIANÇA E PARA A SOCIEDADE?
As doenças erradicadas como a poliomielite e o sarampo estão sob grande risco de retornar.1 A vacinação é um ato coletivo em que toda a sociedade é beneficiada.2 A grande prova viva disso é a situação atual que vivemos em relação a coronavirus disease 2019 (covid-19) no Brasil. As vacinas contra a covid-19 em uso no Brasil demonstraram segurança e eficácia nos estudos clínicos e têm trazido ótimos resultados no “mundo real”. As mortes e hospitalizações por covid-19 vêm caindo, com raríssimos registros de eventos adversos graves pós-vacinação. Esse é um excelente argumento de que a imunização é uma ferramenta eficaz e segura para prevenir doenças infecciosas.3 O retorno do sarampo, observado atualmente, representa um risco ao nosso país e ocorre justamente em função dos baixos índices de vacinação, que já vinham ocorrendo antes, mas se intensificaram com a pandemia. Os riscos da doença em relação a internação e óbitos são muito superiores ao de se vacinar. Enfatizar que a maioria das vacinas já é utilizada há mais de uma década também ajuda a convencer os pais e responsáveis acerca dos aspectos de segurança delas.4


QUAIS OUTROS ARGUMENTOS DEVEM SER DITOS PARA JUSTIFICAR A IMPORTÂNCIA DA VOLTA À CLÍNICA OU AO POSTO DE SAÚDE PARA RECEBER AS DOSES DE REFORÇO?
As doses de reforço são essenciais para aumentar a imunidade inicial da primeira dose e para evitar o retorno de doenças já controladas.5 No momento, inclusive, estamos em campanha para o reforço da vacina contra o sarampo.5-8
Com o passar do tempo, há uma queda natural da imunidade relacionada a algumas vacinas, e a dose de reforço é fundamental para manter o indivíduo e a coletividade seguros.6
De acordo com a médica, a informação correta, transmitida de forma adequada, sem extremismos e com naturalidade, é a chave do diálogo entre pais/responsáveis e pediatras. O profissional deve mostrar-se sempre pronto para esclarecer as dúvidas e angústias dos pais. Isso humaniza o atendimento e aumenta a confiança.
O QUE OCORRE COM O EFEITO DAS VACINAS QUE NÃO
TIVERAM AS DOSES SUBSEQUENTES APLICADAS?
Algumas vacinas podem ter seu efeito reduzido com o passar dos anos. A não aplicação das doses subsequentes acarreta risco individual de aquisição dessa doença e um risco coletivo de aumentar a circulação da doença, com maior probabilidade de transmissão, surgimento de casos graves e óbitos relacionados a algo prevenível.7
O aparecimento de casos de poliomielite no Oriente Médio e na África, assim como o sarampo aqui no Brasil, são exemplos de doenças que eram consideradas erradicadas e estão sob risco iminente de ressurgirem. A vacinação completa, com as doses de reforço aplicadas, principalmente na infância e adolescência, pode evitar este tipo de problema crítico de saúde pública.2,8

O PEDIATRA DEVE OFERECER E INCENTIVAR O USO DE VACINAS QUE NÃO FAZEM PARTE DO CALENDÁRIO VACINAL E QUE ESTÃO DISPONÍVEIS APENAS NAS REDES PRIVADAS?
O Sistema Único de Saúde (SUS) possui um dos maiores programas públicos de imunizações do mundo.9 A visão do SUS é baseada na imunidade coletiva e redução do risco de transmissão das doenças na comunidade, o que é excelente para a população como um todo.10
As clínicas de vacina particulares têm uma visão individualizada de risco relativo para cada doença, portanto, elas “complementam” a imunização do ponto de vista individual. Por exemplo, o SUS oferta apenas uma dose de algumas vacinas, o que já reduz muito a taxa de transmissão na comunidade e o risco de agravamento de doenças. No entanto, a dose de reforço, que pode ser obtida em uma clínica privada, aumenta a proteção individual e reduz ainda mais a probabilidade de contraí-las.5 Algumas vacinas, como a meningocócica B, importante para pacientes imunodeprimidos, também são exemplos de imunizações disponíveis apenas na rede privada.11 Nesses casos, os pais e responsáveis têm o direito de saber sobre as opções existentes e tomar uma decisão pautada em evidências sobre as vacinas adicionais também disponíveis.
REFERÊNCIAS
- Fiocruz. A queda da imunização no Brasil. 2017. Disponível em: <https://portal.fiocruz.br/sites/portal.fiocruz.br/files/documentos/revistaconsensus_25_a_queda_da_imunizacao.pdf>. Acesso em: junho de 2022.
- Fiocruz. Editorial Vacinação: direito individual ou coletivo? Disponível em: <https://www.cadernos.prodisa.fiocruz.br/index.php/cadernos/article/view/737/752>. Acesso em: maio de 2022.
- SBIm. Covid-19. Disponível em: <https://sbim.org.br/covid-19>. Acesso em: maio de 2022.
- UNICEF. 3 em cada 10 crianças no Brasil não receberam vacinas que salvam vidas, alerta UNICEF. Disponível em: <https://www.unicef.org/brazil/comunicados-de-imprensa/3-em-cada-10-criancas-no-brasil-nao-receberam-vacinas-que-salvam-vidas>. Acesso em: maio de 2022.
- Ministério da Saúde. Ministério da Saúde dá início à Campanha de Vacinação contra a Influenza e Sarampo nesta segunda (04). Disponível em: <https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2022/abril/ministerio-da-saude-da-inicio-a-campanha-de-vacinacao-contra-a-influenza-e-sarampo-nesta-segunda-04>. Acesso em: junho de 2022.
- FEBRASGO. Programa Vacinal para Mulheres. Disponível em: <https://www.febrasgo.org.br/en/revistas/item/1261-programa-vacinal-das-mulheres>. Acesso em: maio de 2022.
- FUNASA. Manual de Normas de Vacinação. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/funasa/manu_normas_vac.pdf. Acesso em: maio de 2022.
- Fiocruz. Poliomielite: um histórico das conquistas de Bio-Manguinhos. Disponível em: <https://www.bio.fiocruz.br/index.php/br/noticias/755-poliomielite-um-historico-das-conquistas-de-bio-manguinhos?showall=&limitstart=>. Acesso em: maio de 2022.
- Ministério da Saúde. Programa Nacional de Imunizações – Vacinação. Disponível em: <https://www.gov.br/saude/pt-br/acesso-a-informacao/acoes-e-programas/programa-nacional-de-imunizacoes-vacinacao>. Acesso em: maio de 2022.
- Ministério da Saúde. Programa Nacional de Imunizações 30 anos. Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/livro_30_anos_pni.pdf>. Acesso em: maio de 2022.
- Ministério da Saúde. Calendário de Vacinação de Adultos e Idosos – 2020. Disponível em: //www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/c/calendario-nacional-de-vacinacao/calendario-vacinal-2020/calendario-de-vacinacao-2020_adulto-e-idoso.pdf/view>. Acesso em: maio de 2022.
Material exclusivo para profissionais de saúde habilitados a prescrever ou dispensar medicamentos.

0800-0122232
online@merck.com
msd.com.br
Copyright © 2022 Merck & Co., Inc., Rahway, NJ, EUA, e suas afiliadas. Todos os direitos reservados
BR-ROT-00032 PRODUZIDO EM JUNHO/2022 VÁLIDO POR 2 ANOS
