Caso clínico – Recorrência e progressão de carcinoma de células escamosas da laringe: uma trajetória de tratamento com pembrolizumabe

Caso clínico
Recorrência e progressão de carcinoma de células escamosas da laringe: uma trajetória de tratamento com pembrolizumabe

Dr. Marcos Aurélio Fonseca Magalhães Filho

Dr. Marcos Aurélio Fonseca Magalhães Filho
CRM-PB 9.418
Oncologista Clínico da Beneficência Portuguesa de São Paulo – Câncer de Pulmão e Tumores de Cabeça e Pescoço

INTRODUÇÃO

O carcinoma de células escamosas (CEC) da laringe é uma forma prevalente de câncer de cabeça e pescoço, apresentando diversas abordagens terapêuticas disponíveis.1,2 Contudo, casos de recorrência e progressão da doença representam um desafio na prática clínica, muitas vezes requerendo mudanças terapêuticas.3 Este relato aborda a trajetória clínica de um paciente com recorrência e subsequente progressão de CEC da laringe tratado com várias abordagens, incluindo pembrolizumabe, uma droga imunomoduladora.


PERFIL

Idade: 78 anos.
Sexo: masculino.

COMORBIDADES

Hipertensão arterial sistêmica (HAS), diabetes melito tipo 2, dislipidemia, doença cardíaca isquêmica, doença renal crônica (DRC), esteatose hepática, síndrome metabólica, tabagismo (cessado em 2010).


HISTÓRIA

ANAMNESE

EXAME FÍSICO

EXAMES COMPLEMENTARES

N/A


CONDUTA


EVOLUÇÃO

Figura 1. Tomografia por emissão de pósitrons combinada com tomografia computadorizada (PET-CT) antes do KEYNOTE-048 em 21/07/2020

Arquivo pessoal do autor.
Figura 1. Tomografia por emissão de pósitrons combinada com tomografia computadorizada (PET-CT) antes do KEYNOTE-048 em 21/07/2020

Figura 2. Avaliação de resposta em 08/03/2021 X PET de 21/07/2020

Arquivo pessoal do autor.
Figura 2. Avaliação de resposta em 08/03/2021 X PET de 21/07/2020.

Progressão de doença em 04/04/2022 X tomografia de 08/03/2021

Arquivo pessoal do autor.
Figura 3. Progressão de doença em 04/04/2022 X tomografia de 08/03/2021


DISCUSSÃO CLÍNICA

ESCOLHA DO TRATAMENTO

O uso do pembrolizumabe como agente de primeira linha foi uma escolha razoável, baseada nas recomendações do estudo KEYNOTE-048. Esse estudo randomizado de fase III demonstrou que o pembrolizumabe, tanto como monoterapia quanto em combinação com quimioterapia, ofereceu benefícios significativos em termos de sobrevida global em comparação com a terapia-padrão (cetuximabe mais quimioterapia) para o carcinoma de células escamosas de cabeça e pescoço recorrente ou metastático.4

No entanto, o estudo KEYNOTE-048 também delineou certos critérios para os quais o pembrolizumabe mostrou maior perfil de eficácia, incluindo uma alta expressão de PD-L1 no microambiente tumoral. Este fator pode ser crucial para determinar a resposta ao tratamento e deveria idealmente ser avaliado antes do início da imunoterapia.4,5

EVOLUÇÃO DA DOENÇA E RESISTÊNCIA À IMUNOTERAPIA

O paciente inicialmente respondeu bem ao pembrolizumabe, mas depois experimentou progressão da doença, o que é um exemplo de resistência adquirida.5 A resistência adquirida à imunoterapia é uma área de pesquisa intensiva e pode ocorrer de várias formas:5

Para pacientes como o caso discutido, a progressão após resposta inicial ao pembrolizumabe pode exigir uma reavaliação da estratégia terapêutica. Isso pode incluir a realização de novas biópsias para análise genômica, exames de imagem para avaliar a progressão da doença e potencialmente mudar para outros regimes terapêuticos.


CONCLUSÃO

A resistência à imunoterapia é um problema clínico significativo que requer uma abordagem multimodal para sua resolução. A seleção do tratamento deve ser fundamentada em uma compreensão abrangente do perfil molecular do tumor, do microambiente tumoral e do sistema imunológico do hospedeiro. Estratégias futuras podem incluir a mudança para outros agentes imunoterápicos, a inclusão de terapias-alvo com base em características genômicas específicas do tumor ou a entrada em ensaios clínicos que estão explorando novas combinações de tratamento.2,3,5

REFERÊNCIAS

  1. Johnson DE, Burtness B, Leemans CR, Lui VWY, Bauman JE, Grandis JR. Head and neck squamous cell carcinoma. Nat Rev Dis Primers. 2020;6(1):92.
  2. Verro B, Saraniti C, Carlisi D, Chiesa-Estomba C, Maniaci A, Lechien JR, et al. Biomarkers in Laryngeal Squamous Cell Carcinoma: The Literature Review. Cancers (Basel). 2023;15(20):5096.
  3. Hashemi-Sadraei N, Sikora AG, Brizel DM. Immunotherapy and checkpoint inhibitors in recurrent and metastatic head and neck cancer. Am Soc Clin Oncol Educ Book. 2016;35:e277-82.
  4. Harrington KJ, Burtness B, Greil R, Soulières D, Tahara M, de Castro G Jr, et al. Pembrolizumab with or without chemotherapy in recurrent or metastatic head and neck squamous cell carcinoma: updated results of the phase III KEYNOTE-048 study. J Clin Oncol. 2023;41(4):790-802.
  5. Dos Santos LV, Abrahão CM, William WN Jr. Overcoming resistance to immune checkpoint inhibitors in head and neck squamous cell carcinomas. Front Oncol. 2021;11:596290.
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