Dados de vida real em tratamento de carcinoma de células renais avançado com imunoterapia: estudo ARON 1

Resultados do mundo real de pacientes que recebem combinações de imuno-oncologia para carcinoma de células renais avançado
Estudo ARON-1
Contexto
O CCR é um dos tumores mais comuns do trato urinário. A imunoterapia revolucionou o tratamento do CCRm com combinações como IO+IO e IO+TKIs; a seleção da melhor combinação depende das características do paciente e da experiência clínica.1
Objetivo
Coletar dados do mundo real sobre o uso de combinações imuno-oncológicas como terapia de primeira linha para pacientes com CCRm.1
Pacientes e métodos
- Inclusão de pacientes ≥ 18 anos de idade com CCRm confirmado citológica e/ou histologicamente.1
- Tratados com terapias de combinação imuno-oncológica de primeira linha.1
- 47 instituições internacionais de 16 países participaram.
Pacientes:1 n = 729
Histologia
86%
CCRcc

Local da metástase
70%
Pulmão

51%
Linfonodos

34%
Ossos

Risco
16%
Favorável

58%
Intermediário

26%
Desfavorável


Tratamento1
IO+IO
n = 313

Nivolumabe + ipilumumabe
IO+TKI
n = 416

Pembrolizumabe + axitinibe
Nivolumabe + cabozantinibe
Avelumabe + axitinibe
Pembrolizumabe + lenvatinibe
Resultados
População total
Na população geral foram observadas diferenças significativas na sobrevida global entre os pacientes estratificados por risco e pacientes que passaram ou não por nefrectomia (Figura 1).1
Sobrevida global
Por risco

Nefrectomia

Adaptada de Santoni et al., 2023.1
Figura 1. Sobrevida global na população total.
IO+IO vs. IO+TKI
Pacientes com critérios de risco IMDC intermediário ou desfavorável obtiveram maiores benefícios na OS quando tratados com IO + TKI do que os tratados com IO + IO.1
Esse benefício também foi observado em pacientes com metástases em pulmão e fígado (Figura 2).1
IO + TKI
55,7 meses
vs.
IO + IO
29,7 meses
(p = 0,045)1
Sobrevida global
IMDC intermediário ou desfavorável

IMDC intermediário ou desfavorável com metástase em pulmão

Metástase em fígado

Adaptada de Santoni et al., 2023.1
Figura 2. Sobrevida global IO+IO vs. IO+TKI em subgrupos selecionados.
Sobrevida livre de progressão
A associação de IO+TKI também demonstrou benefícios de sobrevida livre de progressão, consistente entre os subgrupos:1
IO+TKI vs. IO+IO
Pacientes de risco IMDC
intermediário/desfavorável1
15,9 vs. 11,4 (p = 0,011)
Sexo feminino1
44,5 vs. 5,9
(p = 0,004)
Metástase em fígado1
16,6 vs. 5,8
(p = 0,004)
Taxa de resposta
A combinação IO + TKI demonstrou uma menor taxa de progressão da doença (16%) em comparação com a combinação IO + IO (28%), com uma diferença estatisticamente significativa (p < 0,001) (Figura 3).1

DP, doença progressiva; ES, estável, RC, resposta completa; RP, resposta parcial.
Elaborada a partir de Santoni et al., 2023.1
Figura 3. Taxas de resposta IO+IO vs. IO+TKI.
Conclusões
- Combinações imuno-oncológicas são eficazes como terapia de primeira linha no contexto real do CCRm.1
- Foram observadas diferenças nos resultados entre as combinações com IO + IO e IO + TKI em subpopulações de CCRm.1
CCR, carcinoma de células renais; CCRcc, CCR de células claras; CCRm, CCR metastático; IO, imuno-oncologia; IMDC, International mRCC Database Consortium; TKI, inibidores de tirosina quinase.
Referência
1. Santoni M, Massari F, Myint ZW, et al. Global Real-World Outcomes of Patients Receiving Immuno-Oncology Combinations for Advanced Renal Cell Carcinoma: The ARON-1 Study. Target Oncol. 2023;18(4):559-70.

Dr. Daniel Vargas Pivato de Almeida
CRM-DF 27.574
Oncologista Clínico do Grupo Oncoclínicas de Brasília;
Fellowship em Oncologia Geniturinária (MSKCC, NY);
Coordenador do Tumor Board Nacional de Tumores Geniturinários do Grupo Oncoclínicas;
Editor do Portal de Notícias do MOC Brasil
Pembrolizumabe no tratamento do carcinoma de células renais avançado: transpondo os dados dos estudos clínicos para o mundo real
O tratamento do câncer de células renais avançado tem sofrido importantes modificações nos últimos anos. A emergência dos regimes combinados, utilizando como base terapêutica um inibidor de checkpoint imunológico (ICI), demonstrou desfechos superiores ao uso de inibidores de tirosina quinase (TKI) do fator de crescimento do endotélio vascular (VEGF) em monoterapia em diferentes estudos clínicos. Entretanto, na ausência de comparações diretas entre as diferentes opções terapêuticas disponíveis na prática clínica, a tomada de decisões sobre o regime de eleição para cada paciente é pautada em características clínico-patológicas individuais de cada paciente, na presença de fatores que contraindiquem alguma terapia, bem como na experiência prática individual de cada profissional.1-6
Racional biológico para os regimes combinados
Durante a carcinogênese do carcinoma de células renais, o microambiente tumoral é modulado a fim de promover um estado de inflamação, fibrose, instabilidade genômica, hipermetilação de DNA, ativação do metabolismo anaeróbico, resistência a autofagia e apoptose, indução à transição epitélio-mesenquimal, invasão de células tumorais e desenvolvimento de metástases. Desta maneira, a disfunção vascular resultante do processo oncogênico do carcinoma de células renais atua não apenas como um promotor do desenvolvimento das células tumorais, mas também como um mecanismo de imunossupressão pela supressão da apresentação de antígenos e da infiltração e ativação de linfócitos T (Figura 1).7,8

MHC-I, complexo principal de histocompatibilidade-I; TCR, receptor das células T; TKI, inibidores de tirosina quinase; VEGF, fator de crescimento do endotélio vascular.
Elaborada a partir de Rassy et al., 2020.8
Figura 1. Inter-relação do desbalanço no sistema imune e na vasculatura aberrante na oncogênese do câncer renal.
Assim sendo, a associação de um ICI e um TKI do VEGF possui um racional biológico de ação sinérgica atuando através da normalização da vascularização sanguínea no microambiente tumoral, inativando os mecanismos de proliferação celular maligna e desenvolvimento de metástases, além de permitir a migração e a infiltração de linfócitos T efetores.9
Benefícios dos regimes combinados frente ao TKI do VEGF
Apesar das diferenças apresentadas entre populações avaliadas nos ensaios clínicos (Tabela 1), bem como nas características intrínsecas de cada regime estudado, diferentes regimes combinados envolvendo um ICI demonstraram maior eficácia frente ao uso de um TKI do VEGF em monoterapia no tratamento de pacientes com carcinoma de células renais avançado. No cenário nacional, atualmente encontram-se à disposição os seguintes regimes combinados para utilização na prática clínica: nivolumabe (NIVO) + ipilimumabe (IPI), pembrolizumabe (PEMBRO) + axitinibe (AXI), avelumabe (AVELU) + AXI, NIVO + cabozantinibe (CABO) e PEMBRO + lenvatinibe (LENVA).2-6
“A associação de um ICI e um TKI do VEGF possui um racional biológico de ação sinérgica atuando através da normalização da vascularização sanguínea no microambiente tumoral, inativando os mecanismos de proliferação celular maligna e desenvolvimento de metástases, além de permitir a migração e a infiltração de linfócitos T efetores9“
Tabela 1. Características clínico-patológicas da população randomizada para o braço experimental dos diferentes regimes
combinados aprovados no Brasil
NIVO + IPI (n = 550)4 | PEMBRO + AXI (n = 432)2,10 | AVELU + AXI (n = 442)6 | NIVO + CABO (n = 323)5 | PEMBRO + LENVA (n = 355)3 | |
Sexo masculino | 75% | 71,3% | 71,5% | 77,1% | 71,8% |
Risco prognóstico IMDC![]() ![]() ![]() | 23% 61% 17% | 31,9% 55,1% 13,0% | 21,3% 61,3% 16,3% | 22,9% 58,2% 18,9% | 31,0% 59,2% 9,3% |
Nefrectomia prévia | 82% | 82,6% | 79,6% | 68,7% | 73,8% |
Sítios de metástase![]() ![]() ![]() ![]() | 69% 45% 20% 18% | 72,2% 46,1% 23,8% 15,3% | Não disponível | 73,7% 40,2% 24,1% 22,6% | 70,1% 47,9% 23,9% 16,9% |
Expressão de PD-L1 ≥ 1% | 23%* | 59,3%** | 63,2%*** | 25,7%* | 30,1%** |
Componente sarcomatoide | 14% | 17,9% | Não disponível | 10,9% | 7,9% |
IMDC, International Metastatic Renal Cell Carcinoma Database Consortium; PD-L1, Programmed cell death ligand 1.
*Avaliado pelo teste imuno-histoquímico da Dako® 28-8; **Avaliado como o escore combinado positivo usando o teste imuno-histoquímico da Agilent® 22C3; ***Avaliado pela expressão em células tumorais segundo o teste imuno-histoquímico da Ventana® SP263.
Elaborada a partir de Rini et al., 2019;2 Motzer et al., 2021;3 Motzer et al., 2018;4 Choueiri et al., 2021;5 Motzer et al., 2019;6 Tannir et al., 2021.10
Sob o ponto de vista da eficácia, todos os regimes foram positivos para o seu desfecho principal nos diferentes estudos clínicos pivotais. O regime NIVO + IPI demonstrou redução de 27% no risco de morte em comparação a sunitinibe (SUNI) nos pacientes com doença de risco intermediário/desfavorável pelo IMDC (do inglês, International Metastatic Renal Cell Carcinoma Database Consortium) (HR = 0,73; IC de 95%: 0,61-0,87), além de benefício em sobrevida global (HR = 0,68; IC 95%: 0,58-0,81) e superioridade em taxa de resposta (42% vs. 27%). Já em relação aos regimes compostos pela combinação de um ICI com um TKI do VEGF, cujos desfechos primários foram baseados na avaliação da população global, independentemente do escore de risco prognóstico IMDC, a combinação PEMBRO + AXI reduziu em 31% o risco de progressão ou morte (HR = 0,69; IC de 95%: 0,59-0,81), além de reduzir em 16% o risco de óbito (HR = 0,84; IC 95%: 0,71-0,99) em comparação a SUNI; o regime de AVELU + AXI demonstrou benefício em sobrevida livre de progressão (HR = 0,58; IC 95%: 0,473-0,715), mas não em sobrevida global (HR = 0,81; IC 95%: 0,623-1,042) frente a SUNI na população PD-L1 positivo; a associação de NIVO + CABO reduziu em 41% o risco de progressão de doença ou morte (HR = 0,59; IC 95%: 0,49-0,71) em comparação a SUNI; e o regime PEMBRO + LENVA demonstrou redução de 53% no risco de progressão ou morte (HR = 0,47; IC 95%: 0,38-0,57) em comparação a SUNI em monoterapia.11-15
“[…] a combinação PEMBRO + AXI reduziu em 31% o risco de progressão ou morte (HR = 0,69; IC de 95%: 0,59-0,81), além de reduzir em 16% o risco de óbito (HR = 0,84; IC 95%: 0,71-0,99) em comparação a SUNI […]”
Seleção terapêutica na prática clínica – uma escolha diária
Apesar dos diferentes estudos clínicos terem avaliado populações distintas, com características intrínsecas não comparáveis e contemplarem diferentes momentos na evolução terapêutica do carcinoma de células renais avançado, o oncologista clínico ainda enfrenta, em sua prática clínica, desafios na seleção do melhor tratamento para cada paciente.
Na busca de desfechos que possam ser de maior interesse para cada caso, sem dúvidas a individualização terapêutica ganha uma importância relevante na tomada de decisões. Analisando a população de risco intermediário/desfavorável pelo escore IMDC, a combinação NIVO + IPI apresenta taxa de duração de resposta de 56% aos 5 anos de acompanhamento, demonstrando ser esse um regime com um importante papel no benefício de longo prazo daqueles pacientes que inicialmente respondem ao tratamento. Sob o ponto de vista de atividade na redução do volume de doença, as combinações PEMBRO + AXI e PEMBRO + LENVA demonstram taxas de resposta de 60,6% e 71,3%, respectivamente, com 11,6% e 18,3% de respostas completas, destacando a eficácia de ambos os regimes com pembrolizumabe. Adicionalmente, para cenários em que a refratariedade primária é um importante desfecho para ser levado em conta na decisão terapêutica, os regimes de NIVO + CABO e PEMBRO + LENVA possuem taxas de progressão de doença como melhor resposta de 6,2% e 5,4%, respectivamente.11-15
Desta maneira, o tratamento personalizado de cada paciente, levando em conta a apresentação clínica, a estratificação de risco pelo IMDC, a presença ou não de sintomas e o objetivo desejado ao instituir o tratamento são fatores que atuarão em conjunto para a tomada da melhor decisão.
Traduzindo os achados para o mundo real
Como citado na sessão anterior, comparações entre os resultados das diferentes combinações não devem ser realizadas devido o risco de viés intrínseco a uma análise tão simplista frente ao grande número de variáveis envolvidas para a obtenção de cada resultado. Frente a isso, os dados de mundo real buscam suprir um papel de comparar os desfechos observados em grandes subgrupos populacionais submetidos aos regimes terapêuticos avaliados em estudos clínicos, levando à elaboração de hipóteses num contexto mais realístico do que aquela estabelecida pela comparação indireta de estudos clínicos prospectivos randomizados.
Neste contexto, o estudo ARON-1, publicado por Santoni et al., avalia os desfechos de mundo real de 729 pacientes com carcinoma de células renais avançado tratados com um regime combinado de ICI em uma iniciativa global. Dentre os regimes terapêuticos de primeira linha aos quais os pacientes foram expostos, 43% receberam NIVO + IPI e 57% uma combinação de ICI e TKI do VEGF, dentre os quais 76% receberam PEMBRO + AXI, 13% NIVO + CABO, 7% AVELU + AXI e 4% PEMBRO + LENVA. Em análise multivariada, o escore de risco IMDC, a realização de nefrectomia prévia, a histologia tumoral, a presença de diferenciação sarcomatoide e metástases ósseas demonstraram associação com a sobrevida global, enquanto a nefrectomia prévia, a diferenciação sarcomatoide, o número de sítios metastáticos > 3 e a existência de metástases ósseas foram associadas a sobrevida livre de progressão. Na avaliação de desfechos de acordo com o regime terapêutico administrado, a sobrevida global nos pacientes de risco intermediário/desfavorável pelo IMDC demonstrou medianas de 29,7 vs. 55,7 meses (p = 0,045) com NIVO + IPI e ICI + TKI do VEGF, respectivamente. Adicionalmente, nos pacientes com risco intermediário/desfavorável, a sobrevida global foi superior com ICI + TKI do VEGF em pacientes com metástases pulmonares (60,8 vs. 28,3 meses; p = 0,028) e hepáticas (55,7 vs. 25,9 meses; p = 0,033). Na avaliação de sobrevida livre de progressão, o regime ICI + TKI do VEGF também foi superior a NIVO + IPI (medianas de 15,9 vs. 11,1 meses; p = 0,011). A taxa de resposta foi superior com o regime ICI + TKI do VEGF (54% vs. 43%); entretanto, a taxa de resposta completa foi maior com NIVO + IPI (11% vs. 3%).16
“Nos pacientes com risco intermediário/desfavorável, a sobrevida global foi superior com ICI + TKI do VEGF em pacientes com metástases pulmonares (60,8 vs. 28,3 meses; p = 0,028) e hepáticas (55,7 vs. 25,9 meses; p = 0,033)16“
Conclusões
Apesar dos grandes avanços alcançados na última década através da disponibilização de novos regimes para o tratamento de primeira linha do carcinoma de células renais avançado, a seleção terapêutica ainda é uma tarefa individualizada e repleta de vieses na prática clínica. Uma vez que comparações indiretas entre estudos não são adequadas para a avaliação de desfechos clínicos, os estudos de mundo real trazem informações relevantes sobre a utilização dos diferentes regimes de tratamento em um cenário não controlado.
Neste contexto, os dados levantados pelo estudo ARON-1 sugerem que mesmo em pacientes com risco intermediário/desfavorável, a associação de ICI + TKI do VEGF são regimes com melhores desfechos de sobrevida livre de progressão, sobrevida global e taxa de resposta, diferentemente da ideia pré-concebida por muitos profissionais de que a combinação de NIVO + IPI seja a melhor estratégia nessa subpopulação. Adicionalmente, os achados são reforçados na avaliação de pacientes com metástases hepáticas e pulmonares.
Assim sendo, a avaliação clínica e a individualização terapêutica devem ser empregadas em toda decisão de tratamento frente a um paciente com câncer de células renais avançado, sem a incorporação de preconceito na tomada de decisão.
Referências
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